Pompéia era uma próspera cidade romana no ano 79 da era cristã, com imponentes vilas habitadas pelas famílias patrícias.

As erupções vulcânicas raramente matam muita gente, porque as pessoas fogem ao ver a lava chegando. O que então aconteceu em Pompéia? Por que as pessoas não fugiram? Estudos científicos comprovam que essa erupção foi de um tipo muito incomum. Não houve rios de lavas descendo a montanha num primeiro momento e as pessoas simplesmente não tiveram noção do perigo. O que aconteceu em Pompéia no início da erupção foi uma chuva de pedras pomes, inicialmente relativamente pequenas e leves e de pó dessa mesma pedra.

Isso fez com que a população de Pompéia procurasse abrigo em suas casas ou na casa de amigos, cobrindo a cabeça com almofadas ou qualquer coisa que os protegesse, mas não tentou abandonar imediatamente a cidade. Ou seja, a mesma reação que temos frente a uma chuva de granizo: nos abrigamos esperando que passe. O crescente acúmulo do material sobre os telhados fez porém com que alguns tetos desabassem, provocando as primeiras mortes.

É claro que algumas pessoas foram atingidas por pedras maiores e morreram no ato, mas as pedras-pomes, sendo leves, não foram a causa da maioria dos óbitos. Estudos feitos em Pompéia por cientistas mostram que relativamente poucos corpos foram encontrados nas camadas mais baixas do material que cobriu a cidade. A posição dos corpos de seres humanos e animais, muitos com a boca aberta ou encolhidos, mostra que a grande maioria morreu sufocada, surpreendida por gases tóxicos e pela poeira escaldante que chegou bem depois, em ondas sucessivas.

Os corpos em Pompéia foram quase sempre encontrados em cantos mais abrigados ou nas ruas, sobre as camadas mais altas de pedra-pome que foram soterrando a cidade, e não cobertos por lava, como temos a tendência de imaginar. Muita gente em Pompéia foi encontrada com as chaves de suas casas, jóias e outros pertences, mostrando que não houve num primeiro instante uma fuga precipitada. (Numa situação de total desespero ninguém se preocupa em trancar a porta da casa!).

Pompéia tornou-se o maior achado arqueológico da Europa, permitindo a reconstituição nos mínimos detalhes do dia-a-dia de seus habitantes e a compreensão do estilo de vida romano.

A cidade de Pompéia inteira está bastante conservada: há ruas com o traçado original, calçadas, fontes, teatros, termas (banhos públicos), casas, jardins, padarias, tavernas e templos, em muitos dos quais há mosaicos e afrescos. No chamado lupanar (“casa das lobas”) com cinco pequenos quartos no térreo e mais cinco no andar de cima, cada um com um leito de pedra sobre o qual se colocava um colchão também há afrescos, mas de cunho erótico. Na entrada de cada quartinho havia pinturas indicando as diferentes especialidades das profissionais ou dos profissionais, geralmente adolescentes. As inscrições encontradas nas paredes falam das qualidades das moças e dos freqüentadores, que se gabam de sua masculinidade ou lastimam doenças ali contraídas.

Uma outra curiosidade são as propagandas eleitorais pichadas nos muros, louvando as qualidades dos candidatos e suas promessas.

Acredita-se que as cidades de Pompéia e Herculano representam apenas 1% da superfície coberta pela chuva de pedra, gases e pó dessa erupção. Até hoje encontram-se por toda região rural de Pompéia próxima ao Vesúvio corpos de vítimas da catástrofe do ano 79 d.C.