A Escola Superior de Design de Ulm, na Alemanha, foi fundada em outubro de 1953. Dois anos depois, em primeiro do outubro de 1955, foi inaugurado na colina Oberer Kuhberg, nas vizinhanças da cidade de Ulm, o prédio da instituição desenhado por Max Bill. O principal orador da solenidade foi Walter Gropius e na programação havia uma série de atividades que se prolongaram até o dia seguinte.

Entre 1953 e 1968, a Escola Superior de Design de Ulm – “Hochschule für Gestaltung / HfG” – destacou-se como um dos mais importantes centros do design internacional, com sua influência sendo observada desde a época em que esteve ativa até os dias de hoje. Uma vez estabelecida, seus principais objetivos foram o ensino, a pesquisa e o desenvolvimento na área do design.

Estudantes de muitos países passaram pela escola, atraídos não somente pelos aspectos interdisciplinares do programa, mas também pelos nomes dos seus fundadores e professores. Entre eles, Otl Aicher, Inge Aicher-Scholl, Max Bill, Max Bense, Hans Gugelot, Tomás Maldonado e Gui Bonsiepe. Houve uma época em que mais da metade dos alunos matriculados eram sul-americanos, o que fala de sua relevância na internacionalização de seus princípios acadêmicos.

A metodologia especial aplicada em Ulm é ainda hoje uma das maiores influências na concepção de design, através da maneira de ensino conhecida como “Modelo de Ulm”, que define o que é ser um designer profissional voltado para a indústria, ou o modo de pensar e agir de um designer desta área.

O emprego dos dois processos, o do pensamento sistemático e o da discussão lógica – características desta escola – apresentam como resultado soluções tecnicamente orientadas para uma sociedade contemporânea, tornadas realidade através do progresso científico e tecnológico e no emprego de novos materiais, mídia e técnicas.
Isto explica porque, já no final da década de 50, a cooperação mútua entre a escola e a indústria já estava estabelecida.

Influenciada pela Bauhaus, Ulm tendia, no seu início, mais para a estética do que para a técnica. Por isso, a partir de 1953, no mesmo ano da inauguração da sede, começou um processo de cisão. Max Bill, que saiu em 1957, era adepto da estética e dizia: “Design é arte”. Já Maldonado dizia que: “Design não é arte, esta é só um complemento, existe enquanto resultado. O design tem que renovar, ser criativo, mudar o comportamento das pessoas”.

Tais cisões, porém, não diminuíram a importância e o percurso inovador e criativo da escola. Entretanto, a Escola Superior de Design de Ulm começou a declinar a partir de 1966 devido a problemas políticos e financeiros o que fez com que seus membros fossem obrigados a fechá-la em 1968.

No final do mesmo ano, uma organização privada tomou posse da escola, infelizmente sem continuar o seu funcionamento. Foi somente em 1987 que a instituição, agora denominada “Fundação Escola Superior de Design” retomou as atividades e passou a promover congressos anuais em setembro para discutir temas relevantes de design.

Assim, desde 1988 a denominada IFG Ulm vem promovendo anualmente o “Forum Internacional de Design de Ulm”, em setembro para debater questões relevantes de design segundo os conceitos da “HfG”. Estes eventos propiciam a reunião de personalidades de renome designers, arquitetos, cientistas e políticos de renome como Max Bill, Vilém Flusser, Gui Bonsiepe, Lucius Burckhardt, Freimut Duve, Konstantin Grcic, Daniel Libeskind, Michele de Lucchi, Alberto Meda, Otto Schily, Robert Spaemann, entre outros. A documentação desses “Congressos de Setembro” foi toda publicada e ainda está disponível em parte nas livrarias internacionais.